Patrícia Neto.

Quando eu tinha 28 anos, médica formada há 4 anos, minhas filhas Bruna e Giovanna com 4 e 2 anos respectivamente, comecei a ter crises de dor lombar que foram piorando e começaram a irradiar para a perna direita.

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Certo dia, recebi o diagnóstico de hérnia com indicação cirúrgica . Foi um susto enorme pois os riscos inerentes a cirurgia me deixaram muito ameaçada ! Mesmo sendo médica, pela primeira vez me vi totalmente vulnerável e pude sentir verdadeiramente o que sente um paciente. Afinal de contas eu, naquele momento, estava nesta posição! Fiquei internada quase 30 dias para controle da dor e a força na perna direita só diminuía.

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Meu maior dilema era não poder pegar minhas filhas no colo além, naturalmente, da imobilidade e da dor que chegava perto do insuportável. 

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A dedicação e cuidado dos cirurgiões e enfermagem foram fundamentais para que eu me sentisse bem cuidada. Mesmo assim, não esqueço do dia em que me deram um copo de álcool para beber um comprimido. Naquela época os frascos eram ainda parecidos, de vidro. Mas nada de grave aconteceu…

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A cirurgia foi um sucesso mas recuperação foi muito lenta. Tive que me submeter a um longo tratamento de fisioterapia e por anos sentia alteração de sensibilidade na perna direita. O profissionalismo, dedicação, paciência e cuidado dos médicos e da fisioterapeuta comigo, em relação as questões emocionais foram muito importantes para minha recuperação.

 

Essa experiência mudou completamente o meu olhar para o cuidado dos pacientes, para a sensibilidade em relação a minha dor e a dor dos pacientes.